domingo, 6 de setembro de 2009

Aedo: Eros e Phylia à Filosofia

Costumam lhe amar com os sentidos
Mas o amor é um pensamento: é a priori
Antes mesmo deu “vê-la” [ou conhecê-la]
Já em ti pensava

O amor não advém dos sentidos
Não vem contigo, ele não se "manifesta"
Aos sentidos...
É transcendentemente inato:
Sinto-lhe?
Não, pois nem sequer a conheço -nunca a vi!
Não sou digno de conhecê-la nem de vê-la
Alguém o foste?
[...]
Ingrata
Nunca destes-me o carinho necessário
Nunca me tratastes como um amante
Não me dás sentidos, roubas-me estes...
E bricas com eles:
Fizestes me ver com os ouvidos
E escutar com os olhos
[...]

Sempre me desprezastes
Teima em chamar-me apenas "discípulo"
Teimas em apontar minhas faltas
Ainda assim a amo...

[...] Não a vejo, e nunca a verei
Somente penso-te e isto basta-nos
Não a entendo, jamais a entendi
Nunca a entenderei

O amor não precisa de entendimento
É algo a priori
E o possuo cada vez que em ti penso

Eu não sei amá-la
Somente pensá-la
Eis que enquanto amante posso oferecer-lhe:
O meu pensamento
Aquilo que é supra-sensível e icognoscível a outros
Só tu és capaz de me entender!
Porque se tu nao o for ninguém mais o será
Deixo aqui as palavras e vou agora amá-la
Não é uma relação de amizade
É um Eros
Não te penso com a razão
Mas com poesia
Não te escrevo
A canto!
Não te suspiro
Lhe pulso...

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