Estive nestes últimos dias ouvindo sons que me remeteram à adolescência. O tema central dessas músicas são a angustia e a esperança, isso é coisas da própria vida. Aparece neste estilo musical a falta de fé que há em nós, o desespero de que há a possibilidade de a vida não significar nada. É meu caro amigo, talvez ela nada signifique mesmo, mas ainda tenho fé nela!
Nessas musicas se canta uma desilusão de que não nos reste alguma humanidade. Para mim não há mesmo; será que o nosso mundo ainda pode ser mudado? É o que cantam esses idiotas. Aos 16 anos de idade pensei que ao fazer filosofia mudaria o mundo era apaixonado e embalado por essas letras do quixotescas de Rock e Metal.
Hoje Não falta muito para que se tenha passado 10 anos, já não tenho mais a esperança de que o mundo mude.
Alguns de meus amigos brincam ao dizer que o que escuto é demasiado adolescente e vazio. Devo concordar. Eles ao deixarem a adolescência tornaram-se intelectuais o que para mim equivale a pessimistas. Leio nas letras do Infinit do Stratovarius o mesmo que encontro em algumas literaturas intelectualóide que têm tornado-se clichê as quais são laureadas, entretanto, esses meus caros amigos, não partilhariam de tal interpretação acerca de tal letras. A questão ao qual faço um apelo a vocês é a de que ninguém dá ouvido à garotos. São apenas adolescentes rebeldes que cantam o vazio do homem de nosso século: pois é, são garotos!
Chamam-lhes imaturos. Sim, tenho que concordar em certos aspectos. Mas caberia outra definição aos economistas que desencadearam a bolha especulativa de 2008? Nós os chamamos “intelectuais”, ou outra coisa ainda mais impactante em nossos dias, “executivos”, não há mais ufana e presunçosa posição hierárquica. Intelectuais estes executivos?! Não, esse ai ta fora de moda. Para estes executivos sustentabilidade do mundo se pauta em superávits, mas, eu não sou intelectual o suficiente pra saber o que é isso. Reconheço como também sei como ignorante que sou que o futuro do mundo não se baseia neste preceito. Mas dirão que eu desconheço os preceitos do liberalismo e da economia.
Houve o tempo em que o banqueiro fora o símbolo do capitalismo, não que este deixará de sê-lo, mas nesta atual conjuntura promovida por este neoliberalismo e corporativismo, o executivo se ascenderá como símbolo maior e já o é juntamente com o banqueiro.
Mudar o mundo eu? A adolescência se foi! Dia virá em que se lembrarão da época em que se interpretará a adolescência dos anos 2000 como a que se negou a si própria. Os jovens serão lembrados como nostálgicos de um mundo que promove uma cultura alheia intelectualóide e reacionária.
Mudar o mundo eu? A adolescência está ai. Dia virá em que se lembrarão da época em que será interpretada como a que foi guiada por adolescentes. Todavia estes jovens não se negaram, não só s não se negam como são afirmados e colocados como o suprassumo de nossa sociedade. O pior é que a própria sociedade que os elitizam e acentua a ufana posição destas bestas, os elitizam de forma democrática e consciente, os meus amigos sociólogos chamariam isso de legitimação, mas não sou intelectual o suficiente pra entender tais coisas.
Se lembrarão de nossos dias, não a bom grado em que escreverão (os intelectuais do futuro) que os pivôs da decadência do Mundo Moderno esteve na falta de algumas coisas que se ouve em minhas musicas: foi pela falta de fé no humano e de responsabilidade para com este mesmo que levou o mundo a perder toda a sustentabilidade e não falo fundado em superávits primários. Mas isso que discuto aqui são questões mui complexas a um juvenil. A questão é que para o adolescente comandante de nossas sociedades minhas questões nada significam. A sua incompetência já está legitimada!
Algum dia se lembrarão de um mundo que foi comandado por jovens. Os verdadeiros estavam fazendo Samba e pagando de bamba (o que não são). Os que se passam por maduros (o que não são) estavam roubando todo o futuro dos que deveriam estar fazendo papel de agentes do porvir. Contudo nossos jovens estão preocupados em lutar e manter um passado. Querem cantar musicas de um pretérito político que não mais se conjuga no Brasil. Estudantes da USP, PUC e Mackenzie, cada vez mais clichezados e standartizados. Alternativos e retrô, e eu como não tenho esse estilo sou tachado de brega e um afirmador da indústria cultural – outra questão que tornou-se clichê!
Tenho fé na adolescência, não na que nos comanda, e que nos levará a um lugar incerto. Não é essa a sensação de ser adolescente? Caminhante errante? Não meu caro amigo, não é nessa juventude que deposito minha esperança.
Em nosso tempo é necessário depositar fé na adolescência que regogiza-se em experimentar o novo. Não foi esse o papel da juventude que tanto cultuamos? Meus estimados amigos, o nosso momento é outro. O discurso é ético e não mais político (socialista), mas eu não sou intelectual o suficiente pra discutir isso com vocês meus companheiros de pesquisa!
Só a adolescência pode nos resgatar da irresponsabilidade para com o futuro de um mundo controlado apenas por falsas sustentabilidades; é necessário fé, pois sou um jovem no sentido que demanda o termo e de como demanda também o agora! O problema é que os outros jovens estão sambando e pagando de bambas, acreditam ser dessa forma humanistas e intelectuais, mas vejo que o pessimista aqui sou eu que não estou sambando.
E minha música ainda é alvo de pilhéria. A diferença essencial está no Mundo em que cada um vive: uns cantam o futuro outros dançarão nele. Eu fiz minha escolha, Não sou Bamba nem Malandro.
http://www.youtube.com/watch?v=lFYK3rQc8Tk
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
De palavras singela, um sentimento.
ResponderExcluirAlgo diferente até então, que penetra e nós faz de algo modo.